Algumas vezes os esforços para ser inclusivo e denunciar injustiças, em vez de ajudar, podem causar danos acidentais a outras pessoas.
Esses danos podem vir de palavras que alguns consideram ofensivas, ou por deixar de reconhecer ou citar os grupos que sofrem algum tipo de injustiça.
Segundo a executiva especialista em Diversidade e Inclusão, e colunista da Havard Business Review, Daisy Auger-Dominguez, o que importa verdadeiramente não é o erro, e sim como você reage à situação.
Dominguez diz que uma empresa ou um profissional precisa compartilhar um pouco sobre si, definir sua filosofia de liderança, demonstrar empatia. Mais que tudo, empresas e profissionais devem afastar a suposição que seus argumentos são banalidades faladas de boca para fora. Portanto palavras são importantes e tem valor – especialmente em momentos de alto risco.
Para ela existem duas maneiras distintas de reação quando ocorrem erros em alguma mensagem divulgada para o público ou para um interlocutor:
Ou você fica na defensiva, argumentando que sua mensagem foi mal interpretada. Para muitos, experiências desconfortáveis levam à negação, à defensiva ou, pior ainda, ao silêncio. Estudos mostraram que o medo da punição e rejeição é uma das principais razões pelas quais as pessoas permanecem em silêncio.
Ou você pode assumir o erro, conectar-se a quem se sentiu ofendido e usar como experiência de aprendizado.
Dominguez acredita que a segunda opção é a mais indicada: encarar o erro, pedir desculpas, e verdadeiramente se comprometer a entender a situação, para não voltar a repetir e propagar ideias equivocadas.
Para tanto, a especialista traz suas principais observações de como lidar com este tipo de situação:
- Não se explique imediatamente. Viva o momento de tensão: ouça e responda, mas assuma a responsabilidade pelo que disse ou fez (ou não fez).
- Peça desculpas, comprometa-se a fazer melhor. Mas, lembre-se que o perdão pode não ser imediato e não elimina a dor das pessoas atingidas. A intenção é se abrir verdadeiramente para a compreensão de seus erros e ao diálogo.
- Não fuja de assuntos polêmicos, encare com oportunidade de crescimento humano e intelectual. Aprenda sobre outras culturas, outros tipos de pensamentos que incluam grupos nem sempre ouvidos. Conscientize sua equipe, dê espaço para o compartilhamentos de experiências e soluções.
- Quanto mais experiente e confortável você ficar, mais os outros irão notar e seguir o exemplo. Compartilhe com sua equipe os erros que você mesmo cometeu, assim você criará abertura para o aprendizado e mostrará que todos cometem erros, e que podem verdadeiramente aprender com eles.
- Tenha em mente perguntas como “qual era minha intenção quando eu disse isso?”, “Como o outro pode interpretar minhas ações?”
Acima de tudo, tenha e mente: “Errou? Persista em melhorar”.
Isso fará bem para você e para sua equipe.