À medida que crescem as expectativas da sociedade para o uso responsável das tecnologias digitais, as organizações que promovem melhores práticas terão uma vantagem distinta.
O fortalecimento da responsabilidade digital de uma organização pode impulsionar sua criação
de valor, e as marcas serão consideradas mais responsáveis e confiáveis pelo mercado. Essas empresas venderão mais produtos e serviços, e terão mais facilidade no recrutamento de funcionários, bem como relacionamentos melhores com os acionistas. A ética digital parece ser um bom negócio.
No entanto, muitas organizações lutam para conseguir equilibrar seus interesses legítimos, às vezes conflitantes com outras partes interessadas. Tensões surgem entre os objetivos de negócios e as práticas digitais responsáveis.
A seguir, quatro práticas recomendadas para maximizar o valor da ética digital e minimizar possíveis resistências.
- Fundamente a responsabilidade digital dentro de seus valores organizacionais.
Comece com uma pergunta básica: como você define seus objetivos de responsabilidade digital? Muitas vezes, a resposta pode ser encontrada nos valores de sua própria organização.
- Estenda a responsabilidade digital além da conformidade.
Tornar a responsabilidade digital um resultado compartilhado também ajuda as organizações a irem além da conformidade. Os valores corporativos fornecem um ponto de ancoragem
útil para os princípios de responsabilidade digital, incluindo regulamentos relevantes sobre privacidade de dados, direitos de propriedade intelectual e IA, que não podem ser negligenciados.
- Estabeleça uma governança clara.
A criação de uma estrutura de governança clara pode minimizar eventuais tensões. Existe um debate sobre qual caminho seria o melhor: a criação de uma equipe distinta para a responsabilidade digital ou a distribuição da responsabilidade por toda a organização. A primeira estabelece um conselho de ética digital para fornecer orientação sobre questões complexas relacionadas ao uso de dados, algoritmos e novas inovações digitais.
O conselho fornece recomendações para ação e qualquer contrariedade precisa ser formalmente justificada e documentada. Já a segunda abordagem, se baseia na crença de que a responsabilidade digital deve fazer parte de todas as atividades da organização.
Existe, porém, a possibilidade um modelo híbrido, formado por um pequeno time de especialistas internos e externos, que orientam e apoiam os gestores a operacionalizar a responsabilidade digital. Uma abordagem que pode trazer maior conscientização e responsabilidade distribuída.
- Certifique-se de que os funcionários entendam a responsabilidade digital.
Os funcionários de hoje precisam não apenas avaliar as oportunidades e os riscos de trabalhar com diferentes tipos de tecnologia e dados, mas também ser capazes de fazer as perguntas certas e ter discussões críticas e construtivas com os colegas.
Aprender sobre responsabilidade digital apresenta tanto um desafio de curto prazo, para aprimorar as habilidades da força de trabalho, quanto um de longo prazo, visando desenvolver uma cultura de aprendizagem autodirigida que se adapte à natureza evolutiva da tecnologia.
As necessidades e os recursos de sua organização determinarão se a opção será por aprimorar toda a força de trabalho ou confiar em alguns especialistas.
Um equilíbrio de ambos pode ser o ideal, fornecendo uma base sólida de conhecimento e compreensão de ética digital em toda a organização, além de ter especialistas à disposição para fornecer orientação qualificada quando necessário.