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Editor de genes: o fim das doenças?

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Imagine alguém que tenha colesterol alto, ou diabetes, ou qualquer outro problema de saúde.

E se uma simples vacina curasse esses e outros problemas? Não uma vacina como conhecemos normalmente, e sim uma vacina que alterasse o seu DNA para fornecer uma proteção “genética”.

Pois essa visão não está longe, dizem os pesquisadores.

Avanços na edição de genes e, em particular, na tecnologia CRISPR, podem em breve tornar isso possível. Hoje essa tecnologia está sendo testada como uma forma de mudar códigos genéticos existentes, inserindo novos pedaços de DNA (e até genes inteiros) no genoma de alguém.

Os tratamentos de edição de genes funcionam alterando diretamente o DNA em um genoma. A primeira geração da tecnologia CRISPR essencialmente faz cortes no DNA. As células reparam esses cortes, e esse processo geralmente impede que uma mutação genética apareça.

Em julho de 2022, por exemplo, a Verve Therapeutics lançou um teste de uma terapia baseada em CRISPR que altera o código genético para reduzir permanentemente os níveis de colesterol.

Enquanto inovações mais recentes ainda estão sendo exploradas em laboratórios e animais de pesquisa, os tratamentos CRISPR já entraram em testes em humanos.

O primeiro voluntário, da Nova Zelândia, apresentava um risco herdado de colesterol alto e tinha uma doença cardíaca. O tratamento busca desativar permanentemente um gene que codifica uma proteína chamada PCSK9, que parece desempenhar um papel na manutenção dos níveis de colesterol no sangue.

Existe também outra técnica mais recente que permite aos cientistas substituir pedaços de DNA ou inserir novos pedaços de códigos genéticos. Ainda está sendo testado somente em animais, mas o seu potencial é enorme. Caso dê certo, poderemos prevenir e curar qualquer problema genético.

Contudo, será importante debater quais os limites da edição de genes. Afinal, pessoas saudáveis podem querer prevenir problemas sem ter a possibilidade de tê-los à vista. Entra aí a necessidade de traçar uma linha do que seria eticamente saudável.

Novas revoluções na área de biotecnologias são consideradas já há alguns anos e, ao que parece, estamos chegando cada vez mais perto delas.

E, mais uma vez, fica a pergunta: estamos prontos para interferir desta forma na natureza?

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