Em setembro de 2020, o The Guardian publicou um artigo de opinião escrito por um software. A inteligência artificial colocou uma manchete ousada no texto gerado por máquina: “Um robô escreveu este artigo inteiro. Você ainda está com medo, humano?”
Pouco antes, a Microsoft havia demitido jornalistas para substituí-los por uma IA de escrita.
E à medida que os modelos de linguagem de IA ficam melhores, os pesquisadores afirmam que em breve os textos gerados pela IA serão indistinguíveis daqueles escritos por uma pessoa.
Mas, diferente do que se possa imaginar, a inteligência artificial, em vez de ameaçar empregos, pode colaborar com escritores humanos.
Jornalistas da The Conversation entrevistaram 20 escritores, sendo 13 profissionais, para entender suas percepções diante da possível ameaça das inteligências artificiais. Foram mostrados aos escritores diferentes designs especulativos de escritores futuristas de IA. Em seguida, foi pedido a eles que refletissem sobre como a co-escrita com uma IA transformaria sua prática e percepção do trabalho.
Alguns escritores mostraram-se preocupados se a situação se enquadraria em “trapacear” ou não ser dono do próprio texto. Já outros, principalmente os escritores profissionais, afirmaram que aceitariam o novo método se os tornassem mais produtivos. Até certo ponto, os escritores profissionais estavam dispostos a utilizar uma IA em troca de produtividade.
Alguns deles não acreditavam na capacidade da IA para tarefas de escrita criativa, como planejar um fluxo narrativo e configurar os cenários de personagens-chave da história. Mas confiavam que a IA faria um bom trabalho em tarefas de escrita simples, como melhorias estilísticas, reformulação e revisão.
Em conclusão, o experimento mostrou que a ferramenta ideal de escrita seria a de um colaborador. Uma ferramenta que precisa estar ciente dos limites dos escritores humanos, para apenas intervir em ajustes e aprimoramento da escrita.
Desta forma, escrever com IA poderia permitir que os escritores tenham mais tempo e energia para o lado criativo do processo.
E você? Faria uma parceria com um IA para escrever melhor?