Como relata o MIT Technology Review, uma IA vem trabalhando em imagens, gravações e filmagens de pessoas falecidas recentemente para criar um formulário virtual.
O objetivo dessa IA é permitir que os familiares aprendam a viver com sua perda e preservem memórias dos entes queridos após sua morte. Lidar com a dor e a perda é uma das partes mais difíceis da experiência humana, mas a startup HereAfter pede aos usuários que forneçam horas de gravações com base em prompts específicos e, em seguida, gera conversas a partir desse conjunto de dados para ajudar parentes a suavizar a perda.
“HereAfter é um aplicativo que permite preservar memórias significativas sobre sua vida, e compartilhá-las interativamente com as pessoas que você ama”, diz o site da empresa.
As aplicações não param por aqui. Outra empresa, como a StoryFile, permite que versões quase holográficas de indivíduos falecidos participem de seus próprios funerais.
De acordo com Charlotte Jee, do MIT Technology Review, os primeiros resultados gerados pela IA soaram “distantes e metálicos”, mas depois começaram a “soar mais como eles mesmos”.
Jee diz que viu valor na experiência, ao aprender novas histórias sobre a vida mais jovem de cada um de seus pais. Também ouviu histórias sobre sua própria infância, e até recebeu alguns conselhos de vida.
Diante dessa situação, podemos argumentar que criar e ouvir uma gravação gerada por IA é apenas uma versão diferente de assistir a vídeos antigos ou apenas folhear álbuns de fotos de família.
A diferença é que, enquanto um álbum de fotos é estático, uma voz gerada por IA adiciona, sem dúvida, uma dimensão diferente de percepção. Em outras palavras, é invenção – em vez de preservação. O que pode criar uma sensação maior de conforto ou de estranheza.
Seria a “tecnologia do luto” mais uma opção para lidar com situações difíceis? Ou seria um mecanismo que perpetuaria o sofrimento?