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Empresária quer criar uma fábrica para fazer órgãos

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A empresária Martine Rothblatt, empreendedora de satélites de sucesso, é dedicada a explorar uma tecnologia que pode expandir a oferta de órgãos para transplante. Essa dedicação surgiu, após a sua filha Jenesis ser diagnosticada com uma doença pulmonar fatal. Diante desse fato, foi criada a empresa de biotecnologia, a United Therapeutics.

Estima-se que a lista de espera para transplante nos EUA seja de 100 mil pessoas.

Por isso, Rothblatt decidiu resolver esse problema usando a tecnologia que ela chama de “suprimento ilimitado de órgãos para transplante”.

Para colocar seu plano em prática, a empresária contaria com uma extensa fazenda, com painéis solares, e estrutura para abrigar um rebanho de mil porcos geneticamente modificados, e livres de germes. Haveria uma sala cirúrgica, com veterinários prontos para colocar os porcos para dormir antes da retirada dos órgãos. Esses órgãos, projetados para serem compatíveis com corpos humanos, seriam responsáveis por salvar vidas. Em seguida, seriam carregados em helicópteros elétricos e levados para centros de transplante.

A visão de Rothblatt soa, para muitos, impossível, mas em 2021 sua empresa conseguiu provar o contrário, após um cirurgião conseguir conectar um rim de um porco geneticamente modificado a uma pessoa com morte cerebral para verificar se o rim sobreviveria. E sim, a cirurgia deu certo. Desde então, os médicos tentaram outros seis transplantes de porco para humanos.

Em 2022, a cirurgia foi feita pela primeira vez em uma pessoa viva, um homem de 57 anos com insuficiência cardíaca que viveu dois meses com um coração de porco fornecido pela empresa de Rothblatt. A causa da morte do paciente não foi pela rejeição ao órgão em si, mas pela contaminação de um germe presente nos suínos. Mesmo com a fatalidade, foi mostrado na autópsia que o coração estava sem danos. Portanto, o experimento demonstrou que é possível que um órgão de porco sustente a vida de um humano. Por quanto tempo?… Ainda não se sabe.

“Eu acho que as modificações genéticas que eles fizeram nesses órgãos foram incríveis. Temos primatas passando um ano com um rim de porco com bom funcionamento”, diz Leonardo Riella, diretor de transplante renal do Massachusetts General Hospital, em Boston.

Muito ainda precisa ser trabalhado e estudado, mas esse poderia ser o primeiro passo para a solução de um problema universal que impacta várias famílias ao redor do mundo.

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