Um estudo publicado pela revista científica Nature, mostra que cientistas da Universidade de Utah e colaboradores da Califórnia, conseguiram reanimar células de neurônios sensíveis à luz em olhos de doadores de órgãos. Descobertas que podem transformar a pesquisa no sistema cérebro-visão.
É em nossos olhos que conseguimos perceber a luz, através dos fotorreceptores. A partir daí, bilhões de neurônios transmitem informações sensoriais através de sinais elétricos até o cérebro e sistema nervoso central. Até então a ciência acreditava que, quando danificados, os neurônios envolvidos nessa cadeia eram afetados de forma irreversível.
Porém, segundo a principal cientista do estudo, Fatima Abbas, é possível que “olhos obtidos em até cinco horas após a morte de um doador de órgãos ainda respondam à luz brilhante, luzes coloridas e até mesmo flashes de luz muito fracos”. O desafio para o transplante seria, então, o tempo.
Para superar a barreira do tempo, foi projetada uma engenhosa unidade de transporte especial que restaura a oxigenação e envio de outros nutrientes para os olhos do doador de órgãos.
O processo de pesquisa da equipe pode ser usado, não apenas para ajudar pessoas com problemas de visão, mas também para estudar outros tecidos no sistema nervoso central. É um avanço técnico transformador que pode levar a uma melhor compreensão das doenças neurodegenerativas.
E claro, nos dar uma nova perspectiva para a saúde e longevidade.